Os representantes dos estudantes do CEMEB, no ímpeto de transformar a realidade de nossa escola e de estabelecer uma maior participação dos alunos nos processos decisórios, tem se mobilizado nesse sentido, através de discussões de base e reuniões feitas junto à direção.
A nossa realidade apresenta um quadro um tanto injusto para com nós, estudantes: as decisões, que nos afetam diretamente, não têm contado com o mínimo de nossa participação. Exemplo disso foi à recente determinação de que o salão negro ficaria fechado para os alunos, sob justificativa de que esse espaço teria que estar limpo para quando os pais e outros visitantes vierem até a escola. Mas espera aí, a escola não foi construída para nós? Quem fica sentado no cimento na hora do intervalo certamente não são os pais ou qualquer outro “visitante” do reduto escolar. Enfatizando ainda outra vertente, é importante também lembrar que nossos jardins convivem diariamente com o lixo que ali é jogado. Mas não, aquele é um espaço que os alunos costumam sentar, então pra que se preocupar, não é mesmo? É, nós acreditamos que muita coisa precisa mudar por aqui, principalmente a mentalidade arcaica de nossos gestores.
Diante disso, a direção nos informou que iria levar essa discussão junto à coordenação, que certamente não conta com a participação de nenhum estudante durante todo o debate. O grêmio defendeu que a decisão sobre o fechamento ou não do salão negro deveria ser tomada por todo o corpo discente. Justamente por isso, pretendemos, em breve, realizar uma assembléia para sintetizar o posicionamento de toda a coletividade estudantil do CEMEB, com o intuito de estabelecer uma representação mais eficaz.
Portanto, fica óbvio que não temos voz dentro de nossa própria escola. De que algumas pessoas decidem o que todos nós, que sofremos com todas as conseqüências de qualquer decisão, iremos ou não fazer, sem relutância. É certo que isso não é culpa exclusiva nossa, nem da direção, ou qualquer outro segmento escolar específico. Isso é a pura expressão de um sistema escolar totalmente defasado, que só se preocupa em formar mais mão de obra barata para uma pequena elite detentora do poder. É claro que os grandes poderosos que monopolizam tal poder, não tem interesse algum em formar seres críticos, dotados da capacidade de exercer a verdadeira cidadania a que temos direito. Ao passo que isso ameaçaria todo esse sistema que age em prol de uma pequena minoria.
E você, indivíduo, o que pensa a respeito? O que acha que temos que fazer? Você acha que devemos levantar um movimento dentro do CEMEB para que mudemos nossa realidade, ou acha que nada disso é possível? Você quer continuar sendo um degrau para que “alguns” pisem sobre suas costas pra alcançar seus interesses pessoais, ou deseja lutar para ser integrado? Se vê totalmente separado da escola, como se fosse um objeto da aprendizagem, ou tem vontade de ser sujeito da aprendizagem e protagonista da sua história?
Estamos aqui pra representar a síntese de todas essas perguntas, seja ela qual for.
Patrícia de Matos Silva, em nome do Grêmio Honestino Guimarães – 2010.
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